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quinta-feira, 18 de março de 2010

É o sistema...

Reflecti nestes últimos anos de forma atenta, no acompanhamento, pesquisa, leitura, sobre a actualidade política em Portugal, pelo menos nestes últimos oito anos, não isolando a realidade geográfica/política, a outras de âmbito europeu e global, assim como, a realidades complementares (Economia, Sociologia, entre outras).
Certamente não será nestas curtas linhas que, a conclusão a que cheguei será explanada, no entanto e no meu ponto de vista e dado o agudizar da situação, aliado à apatia que reina da maioria do portugueses, decidi partilhar ...

Digo agudizar, depois de analisar um documento designado PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento), assim como, já conhecer a corrente socialista "revisionista" adulterada por Sócrates (não o filósofo), a qual, na minha opinião, hoje em dia, aplica práticas políticas que "anulam" o termo socialismo, nem chegando à social-democracia, mas sim, encostando-se ao ultra-liberalismo económico.

Debaixo de argumentos do défice, crise, despesa pública, entre outros, vai-se tentando justificar um modelo económico causador de desigualdades sociais, e mais grave, aplicando "castigos" aos de sempre, para manutenção de um status quo, favorável a uma classe financeira dominadora, por via das mais-valias bolsistas, da privatização de áreas fulcrais e estratégicas para o Estado e de interesse público, entre outras.

Discordando deste modelo económico, por princípio ideológico, encontrando-me contra a alternância política dos últimos anos em Portugal (PS-PSD/CDS), não vislumbrando qualquer homogeneidade ou direcção certa desta Europa de directório político (Alemanha/França/Inglaterra), num mundo cada vez mais banal, imediato, capitalista, causador de injustiças e desigualdades sociais, discordo inequivocamente de;

-PEC (Privatizações criminosas, alterações na aposentação, atropelo às remunerações, atentado às ajudas sociais, penalização dos desempregados, tratando todos como "bando de comodistas").
-Prémios chorudos nos gestores,
-Apoio implementado à banca, sob o falso pretexto do desmoronamento do sistema.
-Destruição da Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde (ícones "outrora" socialistas).
-Situação da justiça, educação e saúde.
- Não percepção da ligação entre factores sociais e insegurança.
-Perda de valores, marketing politico e mentira constante da classe governativa.
-Desinformação, Ignorância, Apatia, falta de consciência política, cívica e de cidadania do cidadão comum.

Face a isto, questiono;

Porque não se combate o estado actual da situação por via de;

-Forte aplicação de taxas às mais-valias bolsistas.
-Reavaliação da aplicação de taxas de IRC na banca, que apesar da crise, continua com lucros milionários, à custa dos tais penalizados, lucros esses para diluir por accionistas e para pagamento de ordenados e prémios obscenos.
-Implementação de politicas impulsionadoras de consumo na classe dinamizadora (classe média), muitos destes funcionários públicos, tantas vezes castigados nestes últimos anos.
-Combate efectivo à corrupção (com aplicação de penas e quebra total o sigilo bancário), combate aos criminosos off-shores.
-Investimento público para criação de emprego.
-Aposta no emprego de qualidade com salários dignos, valorativos do próprio trabalho.
-Aposta na produção nacional e industrial.
-Formação qualificada para trabalhadores, mas também para empresários.
-Protecção social, para combater a existência de cerca de dois milhões de pobres em Portugal.


A realidade não será certamente aquilo que transmitem muitos dos fazedores de opinião “encomendados” ou enquadrados com os interesses instalados, poder-se-á assumir dificuldades e necessidade de mudança nos comportamentos políticos, económicos e sociais, no entanto, a corrente dominante não pode transmitir a falsa ideia de que, não existem alternativas ou outros projectos, defensores de ideais fracturantes com o modelo actual, esse sim, responsável pelo estado actual da situação.


A sociedade tem de ser dinâmica e deve reflectir sobre a intencionalidade das politicas e ter ainda a capacidade para compreender que a verdadeira força encontra-se nas suas mãos.

Enquanto a consciência de cada um, não se compatibilizar com as suas reais necessidades, nunca se conseguirá derrubar o estado actual da situação, continuando o povo adormecido, alimentando os oportunistas…