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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Juventude

Já alguém dizia…estranha forma de vida

Nasci em 1977, portanto sou um jovem, não me considero um conservador, na perspectiva de modos de vida social, cultural.

Considero-me sim um observador nato, por vezes perco-me nas observações e dá-me para fazer estas considerações…

Quero com esta introdução referir-me aos jovens da nossa sociedade, mais especificamente aos adolescentes, que rondam a casa dos 14 aos 18 anos de idade.

Depois de um conjunto de observações, nestes últimos seis meses, apeteceu-me passar para o papel, a percepção com que fiquei destes futuros responsáveis pelos destinos de uma qualquer casa, de uma empresa, de um país…de um mundo.

Quem os queira ver, é parar á entrada de um qualquer Shopping, mais frequente no EL (como carinhosamente os jovens designam esse grande grupo espanhol). *


O que mais me preocupa não serão tanto as vestes, com que evidenciam um estilo próprio e difícil de compreender, não me refiro apenas às calças que apenas chegam ao meio da coxa, “normalmente com boxers escuros”, ora raspando no chão com sapatilhas de bailarina, ora literalmente introduzidas nas botas, de salientar a aversão ao serviço militar obrigatório, nem tão pouco aos grandes cabelos, que orgulhosamente (des) penteiam para a frente dos olhos.

Quem queira confirmar o que estou a dizer, é parar junto à entrada do EL, para ver grupos de jovens, facilmente identificáveis, retrato apenas três características (não esquecer as vestes); telemóvel na mão e escrever sms`s com uma rapidez arrepiante, discursos tão vazios de conteúdo, onde apenas se extrai a palavra “tipo”, (normalmente numa frase com dez palavras, o “tipo” aparece onze vezes) e o cigarrinho que fumam, sempre com o olhar atento em todas as direcções.

O que me preocupa verdadeiramente é a imaturidade e desfasamento realístico do mundo e das dificuldades.
Estes jovens evidenciam comportamentos vazios de valores como a cidadania, solidariedade, respeito.
O desinteresse cultural, jornalístico, político, a banalidade, a aparência, as séries moranguitos e similares são uma constante, aliado ao distanciamento familiar, ao papel da escola, ao desinteresse dos responsáveis, enfim uma panóplia explosiva.

Numa das minhas últimas observações, a um grupo de cinco jovens, três meninas e dois jovens do sexo oposto, uma das meninas conversava com alguém através do seu telemóvel, onde durante cerca de quinze minutos, falou de…nada, com a utilização abusiva do termo “tipo”. Outra menina contava uma peripécia da qual tinha tido uma intervenção directa, ou seja, vangloriava-se de ter sido expulsa de uma aula, enquanto os seus colegas comentavam “foi bué fixe”, “tava a ver que ias f… a velha”.
Durante este enriquecedor diálogo, encontravam-se presentes os tais cigarros, msg`s, termos ordinários, berros doentios e desrespeito total pelos mais idosos, enfim…

Volto a repetir, nasci em 1977 e não me considero conservador, mas…estou preocupado, tipo, com isto, tas a ver, tipo, prontos, tipo, tá-se, ups ! Será que?...

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