Caros amigos,
ao analisarem o quadro político-social do nosso País, contextualizando na conjuntura económica internacional, constatarão momentos difíceis, do ponto de vista económico, com reflexos sociais, que poderão alastrar e agravar-se num futuro próximo.
Já ao presente, se denotam situações sociais graves, com o desemprego em níveis muito elevados, condições de precariedade no emprego, situações de ruptura na educação e justiça, dificuldades económicas nas empresas, assim como, um possível e inevitável quadro de perda de valores, que poderão, se já não estarão, implícitos nos comportamentos sociais, e daí a um passo para a prática e do crime e sua violência.
O papel desempenhado pelos Sindicatos, terá um caminho difícil, não só pelo quadro social, mas também, pela "falsa" ideia, que os responsáveis políticos de alguns partidos, astutamente pretendem passar, com o argumento de crises e dívidas públicas, inevitáveis para a avaliação da manutenção de direitos adquiridos.
Entende-se como urgente uma reflexão para este cenário, desde logo, porque o percurso desempenhado pelos Sindicatos, foi de tal forma importante e marcante, tendo contribuído para a construção de uma sociedade mais igualitária, justa e socialmente democrática, trabalho esse, que alguns pretendem secundarizar ou mesmo omitir, para manterem algo que não pretendem perder...
Sempre sob o argumento da divida, da crise e demais, que se encara como mea verdade, os trabalhadores de todos os sectores, quer público ou privado, têm acompanhado um rol de retrocessos laborais e sociais.
Em Portugal nas últimas décadas, os sucessivos governos, não prepararam o país para os grandes desafios, ao nível da educação, da justiça, da segurança, na distribuição da riqueza, no combate à pobreza, à corrupção, apostando em áreas erradas, com opções erradas e deixando o futuro demonstrar os danos e consequências. Pode agora argumentar com a crise financeira mundial, que se admite ter agravado ou aproximado, no entanto, a crise é outra e tem décadas (governos fracos e politicas erradas).
Mas este cenário tem intervenientes responsáveis, com rostos, muitos deles que, contribuíram para a penalização do país e dos portugueses, com responsabilidade directa e que agora apregoam soluções e traçam justificações para tudo, mas sempre apontando o dedo a todos os que trabalharam e não têm qualquer responsabilidade pela situação actual, ou seja, os trabalhadores e os Sindicatos, escondendo estes pseudo-moralistas, sempre a responsabilidade de um sistema económico capitalista, especulador, assente em princípios financeiros, bolsistas e perigosos, do ponto de vista social.
Não se pode admitir que num cenário de suposta crise, haja num país com mais de 10% de desempregados, com famílias cujo rendimento mensal não ultrapassa os 700/800 euros, com idosos em situações gravíssimas, existam indivíduos, quer pelo seu mérito ou compadrio, sua inteligência ou estratégia de bastidor, acumulem num ano, algo que para muitos portugueses seria um jackpot num qualquer euro milhões.
Não se pode admitir que, num país onde os combustíveis funcionam como lucro para um individuo que acumula uma fortuna imoral, pela sua forma e origem, mas não como algo necessário para todos e economicamente estratégico.
Não se admite que, um governo que dá orientações para o controlo de pagamentos de ordenados e prémios a Gestores e Administradores, as empresas e seus accionistas ignoram por completo essas recomendações, evidenciando um sistema politico que já não controla a economia, mas é controlado por ela.
Não se pode admitir que aqueles que, direccionaram o país e o mundo para o estado actual (suposta crise), continuem imunes às consequências, sendo tratados como intocáveis nas responsabilidades e ainda auxiliados, mantendo-se o mesmo sistema capitalista que lhe deu origem, com alguns reajustes folclóricos.
Os Sindicatos terão um papel dificílimo no combate a toda a situação, não pelas dificuldades reais, mas, no meu ponto de vista, na capacidade de contrariar um sistema ardilosamente bem esquematizado, altamente minado e que se aproveita da ignorância e falta de atenção de todos aqueles que sempre foram, são e serão, se assim o quiserem, os afectados…
Essa decisão está na mão de todos, através das escolhas políticas, através da participação cívica, da reivindicação e identificação em estruturas preparadas e com dimensão de combate e luta, contra os ataques praticados aos mesmos de sempre.
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