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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Existe, existe...

Contaram-me da existência de um país onde;

cortaram o subsídio de férias e de natal
reduziram em tempo e valor o subsídio de desemprego
aumentaram os impostos
congelaram carreiras e progressões
encerram tudo o que mexe
privatizam quase tudo

e ao mesmo tempo

privatizam tudo o que mexe
permanecem nas parcerias público-privadas
permanecem com margens elevadas nas empresas energéticas
permanecem com nomeações e pagamentos de prémios, mesmo que a gestão seja calamitosa


e ainda

contraem uma ajuda externa que de ajuda tem cerca de trinta e tal mil milhões de juros.

Conclusão

querem fazer acreditar que,

em breve sairemos da crise
em breve teremos os subsídios
em breve teremos estabilidade...

Olhem que esse país existe...

quinta-feira, 29 de março de 2012

A fronteira

Uma das "ferramentas" de trabalho de um profissional de polícia é o bom senso, este adquire-se pela capacidade de avaliação, pela capacidade de compreensão e no fundo pela análise e sensibilidade social.
Há quem julgue que tal não é necessário, porque numa instituição hierarquizada, com responsabilidades "assumidas" pelo topo, as bases deverão apenas seguir as orientações e determinações oriundas de quem co(manda).
Aqueles que reduzem o seu exercício a uma mera mecanização e instrumentalização ao serviço de ordens, reduzem-se desde logo à sua condição de ser mecanizado, limitado e sem capacidade e sensibilidade de avaliação. E assim sendo, tal forma de pensar/agir, demonstra bem a sua incapacidade de questionar, de contestar, de fazer valer os seus direitos também no que toca à sua condição profissional.
Os polícias no exercício da sua função estão obviamente numa fronteira muito ténue, principalmente quando chamados a intervir em cenário de contestação social num quadro politico/social difícil, principalmente para aqueles que sobre(vivem) do rendimento do seu trabalho.
Este conflito criado pelo facto de serem também parte dos penalizados por medidas políticas, mas em simultâneo ser chamado a desempenhar a sua missão, muitas das vezes como meio atenuador de contestação que ultrapasse a normalidade, é um conflito muito difícil de gerir, para aqueles que exercitam a mente.
Para esses e só para esses apela-se ao desempenho nobre da sua missão, mas associado a uma sensibilidade de avaliação, no respeito das liberdades e garantias, na defesa da paz e tranquilidades públicas e na defesa de um estado de direito, partindo de um pressuposto que será a definição de estado de direito, pois por vezes há opções governativas que mais parecem querer anular o estado de direito, principalmente na sua componente social e democrática.
O estado de direito democrático é um estado assente em leis com aplicação sem distinção pela condição económica ou social dos cidadãos e a democracia não se reduz há possibilidade de eleger e ter liberdade para gritar nas ruas, a democracia alarga-se também há distribuição da riqueza, à garantia de segurança social dos cidadãos, ao acesso a cuidados de saúde, entre outros.
Os polícias podem desempenhar e bem a sua difícil e nobre tarefa, mas podem também analisar e garantir a defesa dos cidadãos em todos os sentidos, aliás os polícias fazem-no diariamente no serviço que desenvolvem junto das populações...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Permitam-me, mas é erro de análise...

A forma mais correta de avaliar algo, é observar, deixar passar algum tempo, reflectir, analisar conhecer e concluir. Concluir pela via racional e sem deturpações puxadas ao sentimento, à familiaridade ou pensamento ideológico.
Nas últimas acções de rua por ocasião da greve geral da CGTP verificaram-se alguns conflitos entre manifestantes e a polícia.
Poderemos tecer comentários em abono de uns e desabono de outros, contudo, creio que será a pior forma de comentar estes episódios, desde logo, porque parte-se de um pressuposto errado, ou seja, que se trata de adversários e que estará algo em conflito entre essas partes, o que não é verdade.
Nestas acções todos sabemos que há infiltrados, mas não só na parte policial, todos sabemos que por vezes há insensibilidade e deturpações, mas de todos os lados…
No entanto e após todas as críticas, comentários e análises, secundariza-se aquilo que no meu entender é o mais importante, ou seja, a origem destas alterações sociais e agudização da contestação.
Reduzir a greve e as acções de rua apenas à atuação policial, ao jornalista que foi agredido, ao pontapé e às cadeiras das esplanadas, está-se a “proteger” quem criou o problema, os autores de políticas erradas…

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Chegaremos lá??

Em contextos difíceis há uma natural tendência para o "apontar" de criticas a quem não as merece...é a dificuldade de perceber a realidade, é a dificuldade de "ler" e perceber aquilo que deu origem às penalizações, é o desconhecer do trabalho realizado por todos aqueles que tentaram, com os recursos disponíveis, contrariar ou impedir cortes, congelamentos, limitações, alterações penosas.
Quando se nivela por baixo, corre-se o risco de se ver alastrar a critica e ser esta endereçada a tudo que mexa.
Mas o importante é manter o rumo e os princípios e não fazer alterações estruturais, por razões conjunturais.
Apesar de muita ingratidão, mentira, injustiça e desinformação da parte daqueles que deveriam enveredar por uma postura proativa, dinâmica e construtiva, devem os atores com responsabilidades, desempenhar um papel de combate pelas injustiças, de defesa do coletivo e mais que isso e na atualidade, passar devidamente a mensagem, mesmo a quem demonstra resistência.
Há processos que devem ser maximizados e há trabalho a fazer nos canais e circuitos de comunicação, essa é a aposta para combater ou atenuar a falta de informação, a contra-informação e a crítica.
Esta necessidade não é nova, mas deve ser bem avaliada e aplicada, sob pena de se perder aqueles que sustentam as organizações.
Esta semana assisti a um processo com evidente prova de trabalho, organização e dedicação e constatei que há muito recurso humano disponível e muita vontade de ajudar. Mais importante, assisti e confirmei que é na base que se combate a inércia (desinformação, contra-informação, critica), mas para tal é necessário esclarecer e apostar em quem esclareça.
Para esclarecer e alastrar o esclarecimento, é necessário criar mecanismos de descentralização da informação, com aproximação clara dos intervenientes.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A critica

Com a recente exoneração do DN da PSP, ouviu-se e leu-se muito comentário. Penso que muitos desses comentários mais uma vez, surgiram sem o necessário conhecimento, mas mais grave, da parte de pessoas que deveriam contribuir para a informação, desinformam por má fé, oportunismo ou ignorância/inocência. O DN saiu porque era para sair... Com a entrada de um novo governo, a história diz-nos que ?? Que o contexto tenha ajudado, não duvido, mas a razão base, foi "cadeira"... Depois há quem proclame vitória sua, por esta decisão, porque pressionou...enfim... são os mesmos que vão à tv exigir juros de mora, quando não existe "mora" !!! Depois há quem critique o DN exonerado pelo atual estado na PSP! Goste-se pouco ou muito da pessoa, reconheça-se erros de gestão e algumas situações menos equilibradas, não duvido, mas questiono, sobre o estatuto, sobre os cortes, sobre os congelamentos, sobre a falta de investimento? é responsabilidade de quem? não será politica? Daqui a nada estarão com a critica ao novo Diretor nacional, deixando imune uma vez mais o governo e anteriores pelas politicas erradas que se traduziram no atual estado da situação da PSP. A pequenez na critica traduz a dimensão da capacidade de intervenção...

domingo, 15 de janeiro de 2012

Privatizações, nomeações e areia...

Os recentes episódios de nomeações, remetem-me ao desprezo por este governo, não tanto pelas nomeações e "tachos", porque este país tem sido governado nestes últimos anos sob alçada desses "movimentos", mas mais pela forma como tentam "atirar areia para os olhos" dos portugueses.

Sei bem que, muitos portugueses andam com os olhos fechados, mas não todos, e acho que qualquer cidadão, que reflicta alguns segundos, certamente questiona...

Eduardo Catroga, para além da sua ligação a um dos partidos que suporta o governo, participou activamente com esse partido, para que a privatização da EDP ficasse garantida... é agora nomeado, com um ordenado de cerca de 700 mil euros anuais...

Invocam a competência do senhor...ora bolas, este país tem tanta competência e está assim porquê???

Mais, seriam os chineses a cá chegar e dizer, ora bem, quero para a equipa, o Catroga (PSD), a Cardona (CDS), o Ex- governador de Macau, o Ex do BCP (PSD), etc, sem que o governo ou "abutres" que circulam em volta desses interesses, não se movimentassem ??? Estão a fazer passar por parvo quem???

Mais, mas que afirmou Passos Coelho antes de ser eleito? Que com ele não existiria "o assalto ao pote", que com ele os interesses partidários não se iriam reflectir nas nomeações ... das duas uma, ou é desonesto e mentiroso, ou não controla o governo e esses movimentos. Ambas as situações são gravíssimas...

Depois falam da competência, do profissionalismo dos "sortudos", mas será que só há pessoas dessa craveira nesses partidos, foi feita alguma avaliação aos a outros? De outra área partidária?

Realçar aqui a postura desse senhor Catroga que, ainda tem o descaramento de dizer que o ordenado que vai receber, metade é para impostos, bem, quem me dera pagar tantos impostos....diz ainda que não abdica da sua já confortável reforma de cerca de nove mil euros, para juntar aos cinquenta mil da EDP (por mês)... vergonhoso, numa altura em que o país e os demais cidadãos são completamente "assaltados" por um governo cego, chegando ao ponto de baixar pensões de trezentos euros...

Aqui se percebe bem o beneficio das privatizações, ainda estaremos a pagar a electricidade mais cara, para sustentar estes senhores...

Depois temos as Águas de Portugal, deixa ver se percebi o fundamento do Sr. Passos Coelho, a divida das Águas de Portugal é de cerca de 500 milhões, os principais devedores são os municípios e as juntas de freguesia, o que se faz? nomeia-se autarcas!!! Ou seja, eu devo dinheiro a uma entidade, resolvo o problema indo para a administração do problema...ups...dessa entidade! (Outra coincidência, os dois autarcas nomeados são competentes ou seja, são da mesma cor do governo)...

Também interessante a posição do PS, pois, agora salta e pula, mas... fez sempre o mesmo...e agora custa ver outros a ocupar os lugares ...

Interessante ainda, são as opiniões dos nossos comentadores habituais, que a todo o custo tentam argumentar a favor de uma tese que não cola. Filipe Menezes diz, ora bem ...mas antes estava lá um do PS a ganhar o mesmo... e??? isso justifica o quê?? mas quem disse que ia alterar esses procedimentos, não foi o seu líder partidário??

E os outros?? enfim... não concordo com a medida, mas fico danado é quando me tentam atirar areia para os olhos...

Já agora...Alguém me diz com se acorda um povo...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alguém faça algo...

Num exercício de zapping pela TV, parei momentaneamente no célebre programa "Casa dos Segredos" e em alguns segundos constatei que... este país está um caos! Questionava uma "voz" aos participantes do programa, algumas perguntas do género, qual o nome do Primeiro-ministro de Portugal, e do Presidente da República e do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do Porto. Deixo apenas algumas das respostas, quanto ao Primeiro-ministro a resposta foi... "oh pá é aquele homem...", quanto ao Presidente da Câmara de Lisboa a resposta foi "nem do Algarve sei, quanto mais de Lisboa..."

Reconheço a dificuldade, no actual contexto em pronunciar o nome do Primeiro-ministro de Portugal, posso até considerar o Algarve como uma cidade, mas, o que importa salientar é a necessidade de proibirem este tipo de programas, sob pena de em breve, o nosso país ser assolado por um "colossal" bando de "ignorantes"...