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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

E o povo continua a dormir...

Então não é que, após proposta do PCP, para tributação dos dividentos, para efeitos fiscais, o PS, PSD e CDS-PP chumbaram a mesma.

Uma proposta cujo pendor de justiça social, de beneficio para o Estado, de combate à divida pública é evidente, vêm os mesmos de sempre, demonstrar a sua (des)preocupação com o país...

Os tais que são favoráveis ao corte cego nos funcionários públicos e classe média...apesar da troca de galhardetes, para confundir o público...

Agora questiono, oh Dr Paulo Portas, então anda o Sr. a apregoar contra os do rendimento minimo, que coitados, apesar de alguns não merecerem, não são certamente especuladores financeiros ou capitalistas ...

oh Dr Passos Coelho, então ajudou o Governo em tudo o que foi penalização para os funcionários públicos, com a aprovação nos PEC`s e apoio para o orçamento de Estado e agora mais uma vez, demonstra que o caminho defendido por ambos é o mesmo...

Não está em causa a legalidade ou ilegalidade da medida, está em causa a moralidade politica, a justiça social, a correcta redistribuição da riqueza e os critérios aplicados no combate à crise, onde por culpa do PS, PSD e CDS, os de sempre, funcionários públicos, os mais desfavorecidos vão ser severamente penalizados, e os especuladores, os grandes grupos económicos, a banca, os causadores do problema "crise" vão ser mais uma vez beneficiados...

Mas verdade seja dita, o povo assim parece querer, porque escolhe da forma que escolhe.

domingo, 21 de novembro de 2010

Falta de credibilidade

Há uns dias, grande barulho e movimentação porque um Sindicato da PSP anunciou Greve para um dia, apesar de a Lei dizer o que diz, e não querer aqui tecer comentários juridicos ou outros, porque normalmente nunca se conta a verdade toda, ou se diz tudo... no entanto, essa data passou e o que registo? Registo que, esse apelo não ajudou ou resolveu nada, foi puro show off, porque a intenção de quem o anunciou, era??...

Alguns desatentos ficaram convencidos de uma grande atitude, mas não aderiram e agora nada dizem... enfim...

Os próprios Dirigentes desse Sindicato, grande apelo, mas eles próprios que fizeram? greve? não, colocaram uma dispensa sindical... olha que lata, apelam, empurram os outros e eles??? fogem... será esta atitude responsável e séria?

Enfim, o que me apraz registar é que, vejo com alguma tristeza que, enquanto, os meus colegas não virem quem cá anda de forma séria e quem tem credibilidade, não conseguimos mudar nada... os inimigos por vezes estão cá dentro...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sociedade doente

A sociedade encontra-se doente...

O diagnóstico é grave e mais grave é que não se vislumbra tratamento à altura.
O povo é fraco, é fraco porque não sabe, é fraco por não vê, é fraco porque não atinge, é fraco porque não quer saber, é fraco porque critica quando e quem não deve e apoia quem não merece.

Sociedade que enaltece engravatados cuja ficha criminal é duvidosa, sociedade que avalia capacidade intelectual pelo que se tem vestido, sociedade porque vive do imediato, do banal, do acessório, que acredita em tudo, que não pára para pensar, sociedade que não entende quem os defende, que se identifica com retórica, mas apenas retórica, enfim, pobre sociedade...

Sociedade que, cumpre calendário, porque tem de cumprir, que vai, porque tem de ir, faz, porque tem de fazer, não questiona, não estuda, não reflecte, não pensa.

Só a imagem conta, só o banal, só a mesquinhez, só o diz que disse...

Não se discute matérias interessantes, não se faz critica construtiva e fundamentada, não se constrói alternativas, apenas vive-se…

E porquê? Porque é assim?

Porque alguém fez com que o ser humano, o ser social, fosse apenas um elemento de trabalho, um elemento fechado em si mesmo e na sua vida, reduzindo a componente intelectual e cultural a quase nada. Reduzindo a parte social a zero.

O que distrai as famílias? Futebol, novelas, programas com seres humanos fechados numa casa onde fazem nada... programas onde se canta, onde nada se faz... e as ideias? e a conversa e a cultura, e as artes e a aprendizagem, e o entretenimento saudável, e a informação de temas importantes e o debate de ideias? Mas ideias profundas, ideológicas e não politica caseira e casos e mais casos, fruto do oportunismo jornalístico e politiqueiro.

Depois chega-se a qualquer serviço público e não se sabe ler, nem escrever, não se percebe nada, e que se faz, fala-se alto e critica-se os governantes, os funcionários públicos, a Sr.ª da limpeza, enfim, porque é o escape da ignorância.

Depois vai-se ao futebol e que se faz...insulta-se o árbitro, mesmo antes do jogo começar, como um acto de libertação humana.

Depois chega-se a casa e que se faz...?

De louvar aqueles que dedicam parte do seu tempo com preocupações sociais, com preocupação pelo interesse colectivo e que defendem os tais "corpos presentes" da sociedade, para esses um bem-haja e continuem...

sábado, 30 de outubro de 2010

Retrato

Numa qualquer Esquadra do País...


Inicio de mais um turno...

Elemento A)Bom dia
Elemento B) Tás bom?

Elemento A) Então e o nosso Benfica? Aquele Aimar é que é...
Elemento B) Bem, mas o Porto também não esteve mal, apesar de tudo acho que o Pinto da Costa este ano não consegue ganhar nos bastidores...

Elemento A) Não sei, este ano estou expectante para ver...
Elemento B) O gajo até pode ser vigarista e ladrão, mas é um Bom Presidente para o Clube (o que importa é ser bom Presidente, se ladrão ou não, pouco importa...!!!)

Depois de meia-hora a discutir futebol, enquanto com muita atenção lêem as noticias do jornal de eleição "A Bola", ignorando por completo outros diários, recheados de noticias que lhes toca no bolso...

Elemento A) O Comandante já chegou?
Elemento B) Acho que não.

Elemento A) Também, chega às horas que quer, não faz nada...
Elemento B) Pois, mas para esses há sempre dinheiro...

Elemento A) Sabes que os gajos não pagam os gratificados...
Elemento B) Eles ficam lá com o guito e ninguém faz nada.

Entretanto na TV, é entrevistado um Dirigente Sindical da PSP, acerca de uma manifestação que se irá realizar contra as politicas governamentais.

Elemento A) olha o gajo, parece um politico, de gravata e o car... (asneira)
Elemento B) pois, dizem que a mulher dele está no MAI...

Elemento A) não me admiro, até porque sei que ele tem um BM... (referindo-se à célebre marca BMW).
Elemento B) pois, o Chefe "Fulano" disse que sim, é só mamões...não fazem nada.

Elemento A) É por isso é que não sou de nenhum.
Elemento B) Vou desistir, porque, andaram para ai a dizer que ia-mos ser aumentados e nada...

(Entretanto na TV aparece o Portas...)

Elemento A) Este se tivesse cá, é que era... tinha-mos a nossa vida resolvida.
Elemento B) Não deixaram o gajo vir para ministro...

Elemento A) mas, também eles são todos iguais, não fazem nada.
Elemento B) pois, é só mamões, faz falta outro Salazar.

(Entretanto aparece na TV um célebre sindicalista apelando à manifestação geral, contra as politicas governamentais).

Elemento A) Qual manifestação, isso não leva a nada... é perder tempo
Elemento B) Isto devia ser como em França, lá não brincam, o que é preciso é uma bomba, só assim é que eles vão lá.

(Um terceiro elemento, aparece e questiona).

Elemento C) Pessoal, viram por ai uma petição para assinar? é sobre o serviço de saúde...
Elemento A) Olha-me este... essa mer... é dos Sindicatos... ca... nisso, isso não adianta nada...
Elemento B) Esses gajos querem é mamar e gozar os dias...


(Neste momento aparece o Comandante)

Comandante) Bom dia, meus Senhores.
Elemento A) B) C) Bom dia.

Comandante) Vamos ter de fazer uma Operação Stop
Elemento A) sim meu Comandante
Elemento B) mas, meu Comandante, os colegas do PIPP e da Secretaria não avançam?'

Comandante) eles têm outra missão
Elemento B) eles não fazem nada, eles é que a levam!

(No decurso da operação)

Elemento A) Quem devia cá estar eram os gajos do CI, ou do GOE, não fazem nada, um gajo é que se lixa...
Elemento B) Isto os Sindicatos não vêm... é por isso que comigo não levam nada.

(Fim da Operação, já na Esquadra)

Comandante) Quantos autos?
Elemento A) 27 meu comandante
Elemento B) 3.

Elemento A) comigo ninguém brinca (vangloriando-se pelo número de autos levantado), hei-de f...-los a todos
Elemento B) Comigo não, não faço patavina, que trabalhem os promovidos e os da secretaria e PIPP...

Fim de serviço...

Não será minha pretensão generalizar, sob pena de estar a ser profundamente injusto com os excelentes profissionais que a Instituição possui, no entanto, queiram avaliar se assim vamos lá e se porventura não viram já muitos intervenientes ou conversas como esta... se calhar todos os dias...


domingo, 24 de outubro de 2010

O Tango

As recentes e anunciadas penalizações para muitos dos portugueses, no âmbito do Plano de Austeridade, são uma afronta e uma imoralidade.
Aqueles que, durante anos tiveram a responsabilidade de (des)governar o país, aqueles que durante anos tornaram o país naquilo que é hoje, aqueles que tiveram opções erradas, que anularam a produção e nada fizeram pela justa distribuição da riqueza produzida, que corroboram de modelos globais que contribuíram para o imperativo especulativo e financeiro, que não prepararam o país para reagir à turbulência exterior, são os mesmos que anunciam as medidas necessárias para combater o resultado dessas más opções.
O folclore impera com o "tango" PS/PSD, que com algumas calcadelas pontuais, no intuito de lançar alguma confusão no espírito da dança, não conseguem demonstrar nenhuma diferença substancial.
Os argumentos utilizados pelos defensores do Plano de Austeridade, são argumentos questionáveis, desde logo, porque assentam em pressupostos pouco sérios, uma vez invocada uma crise internacional e problemas estruturais do país... questiono, a crise internacional foi provocada porque modelo? (aquele que os tais defendem)... os problemas estruturais do país, quem os criou? (os mesmos).
E relativamente às medidas implementadas pelo Plano de Austeridade, quais os critérios de justiça? qual a equidade e moralidade? tendo em referência a situação da banca que continua imune às suas responsabilidades e também à devida aplicação de imposto sobre lucros.
E as penalizações à classe média, serão elas mesmas, resolução do problema? ou não serão mais uma investida em falso, uma vez que, com esta classe limitada, a economia do país retrai?
E o atentado aos rendimentos mais baixos? não agravarão a pobreza e exclusão social?
E a dependência total aos mercados internacionais? e a sujeição a agências de pura especulação e defesa dos "vampiros" internacionais, não compromete a soberania do nosso país?
Claro que, os "tais" contrapõem com a ideia de que é irreversível, e eu acredito que não seja, porque os povos, têm a capacidade de encaminhar o mundo para onde entenderem, se estiverem disponíveis...para pensar!

sábado, 18 de setembro de 2010

Direito à Greve na PSP, uma questão de seriedade e de credibilidade

Pelos diversos órgãos de comunicação social, fóruns e redes sociais, a propósito da questão do anúncio de pré-greve na PSP, escreve-se, opina-se, dá-se pareceres jurídicos, especula-se, faz-se aproveitamentos mesquinhos e oportunistas e mente-se.

Esse anúncio, no concreto não vem acrescentar nada, do ponto de vista do direito dos polícias poderem fazer greve, desde logo, porque já em 2008, foi entregue uma petição na Assembleia da República, pelo mais representativo sindicato da PSP, onde de forma séria, legal e formal, se pretendeu ver consagrado esse direito até agora impossibilitado. E digo impossibilitado, pela análise jurídica e não pela análise sindical ou pessoal. Convém então explanar o ponto de vista jurídico da questão, que advém da análise que me foi dada a fazer.

A CRP (Constituição da República Portuguesa) consagra a possibilidade de os funcionários públicos terem o direito à greve.
Para além da CRP, a Lei 12-A, que estabelece o regime de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, lei essa, da qual a PSP faz parte desde 2008, equipara os profissionais da PSP aos funcionários públicos.
Estas duas referências, são a arma utilizada por quem, do meu ponto de vista, de forma um pouco imprudente e leviana, anunciou a greve.

No entanto, convém realçar que, a mesma CRP estipula a possibilidade de limitação legal, do direito à greve, mesmo com a consagração e reconhecimento do direito de associação sindical, para além da existência "ainda em vigor" da Lei Sindical da PSP (Lei 14 de 2002 de 19 de Fevereiro), que no seu art.º 3, al) d, estipula a impossibilidade de fazer greve.

A questão que se coloca, do ponto de vista jurídico e no meu modesto entender, é saber se, com a entrada da PSP na Lei 12-A, conciliado com o plasmado na CRP, a PSP adquire esse direito.
Alega-se para o efeito que, a Lei 12-A como é mais recente, sobrepõe-se à Lei Sindical de 2002 que é mais antiga.
No entanto, há quem defenda que, a Lei Sindical da PSP (2002), sendo uma Lei específica, nunca poderá ser sobreposta e desta forma revogada, pela Lei 12-A, que é uma Lei geral.

Do meu ponto de vista e por aquilo do pouco que estudei, nesta área, uma Lei especifica não é revogada por uma Lei geral, até porque, neste caso, a Lei especifica foi votada por 2/3 dos deputados, enquanto que, a Lei 12-A não (Lei Geral), pretendendo-se com isto, reforçar a norma especifica, no sentido de dar ênfase à regulamentação da matéria em causa.

Para além desta análise, será de todo o modo conveniente, saber por que razão a Lei Sindical da PSP, não consagra o direito à realização de greve.
Para tal, terá de se analisar o contexto histórico-político, referente à criação e origem das associações sindicais nas forças de segurança e não só.
Será também necessário compreender que, estando de acordo ou não, a cedência do direito à greve, foi uma alternativa (ou não) à possibilidade da existência do direito ao associativismo sindical, sendo certo que, o objectivo dos intervenientes da altura seria, passo a passo, construir a casa na sua totalidade, apesar das dificuldades criadas, por muitos que no passado e no presente, foram e são contra o direito à greve na PSP, embora, evidenciem uma imagem contrária.

Com a propositada proliferação de associações sindicais, com a descredibilização, amadorismo e oportunismo de alguns representantes sindicais, aliado à cultura que vigora na instituição PSP, passando pelos sucessivos governos e politicas que descapitalizaram os policias, do ponto de vista sócio-profissional, com a ignorância, mesquinhez, cobardia e falta de valores de camaradagem e de solidariedade da parte de alguns, mentira e contra-informação, constrói-se uma PSP que, aplaude sindicatos/ indivíduos de radicalismo inconsequente, que para além de muita nebulosidade nas ações, anunciam medidas que no tempo devido e formal, eram contra, criticando aqueles que, de forma séria, credivel e consequente, tentam atenuar os danos e muito fizeram e fazem pelos policias e que já encetam a luta pelo direito à greve há muito tempo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

terça-feira, 29 de junho de 2010

SCUT (Sindrome do Convívio Uno e Trabalhado)

Com esta questão das SCUT ficou evidente a postura, concertação e responsabilidade dos dois maiores partidos nacionais PS e PSD.

O PS enquanto Governo, nesta questão concreta, como em tantas outras, voltou a "anular" o seu programa eleitoral, aplicando o pagamento nas SCUT, convém registar...

O PSD também nesta questão, sai uma vez mais, como em tantas outras, "solidário", mas não por solidariedade, com o PS, defendendo, por princípio, o pagamento, por parte dos utilizadores das SCUT.

O que se evidencia, nesta questão, é a concertação destes dois partidos, com alguns malabarismos, que pretendem esconder a identidade de ambos e a responsabilidade pelo estado actual do país. São as SCUT, o PEC, os mais diversos pactos e acordos que colocaram o país, com falta de capacidade de resposta a uma crise capitalista, especulativa, cujo modelo, os quais se identificam.

É tempo de os portugueses avaliarem a postura destes dois partidos, porquanto, estes dois partidos, continuam com o discurso de que tudo é um dado adquirido, ou seja, não há outras alternativas, outros modelos, continuando a penalizar os de sempre, os que trabalham, os que pagam impostos, os que não podem fugir aos impostos, os que dependem de salários/pensões ou outros rendimentos que, mais não são a sua subsistência, salvando do esforço, aqueles que acumulam riqueza à custa da especulação, da fuga e da engenharia financeira que a Lei e "alguns políticos" tanto protegem.

A constante dança entre o PS e o PSD, com algumas "calcadelas" para enganar os familiares que não pretendem ver estragado o "namoro", são já uma referência no panorama político português.

Pena que, os portugueses andem atentos à selecção, ao Papa, ao Ronaldo, à TVI e percam a defesa necessária, para ler nas entrelinhas, para perceber os intuitos e interesses instalados.

O pagamento das SCUT vai avançar, não em Julho, talvez nem em Agosto, mas o PSD vai uma vez mais, "apoiar" o PS nesta medida, com o falso pretexto da salvação nacional!

Já agora, esta história das SCUT, uma vez mais, como em tantas outras, é uma história mal contada, desde logo, porque não falam dos 150 milhões para tentar salvar um Secretário de Estado, nem tão pouco, da necessidade desta medida, para pagar aos grupos privados que se encontram por trás das SCUT, porque o Estado não escolheu um modelo de gestão favorável ao interesse nacional, enfim, mais uma de tantas outras...

sábado, 15 de maio de 2010

Obrigado

José (Sócrates), Pedro (Passos Coelho) e Sua Santidade

Não sabia onde colocar o Cavaco neste presépio…

Diário de uma visita

A importância da visita de Sua Santidade, simboliza uma Parceria Estratégica, entre dois pastores acima identificados, que apenas não refiro mais um (Cavaco) por não ter espaço no presépio.
Sócrates deverá estar grato a Sua Santidade, porquanto;
Ter criado um terreno favorável (adormecimento dos portugueses) para a implementação de medidas que, em qualquer sociedade criaria contestação visível e radical, ao ponto do Sr. Ministro das Finanças ter afirmado a um canal de TV estrangeiro, quando questionado se esperava reacções violentas dos portugueses face às medidas tomadas, dizendo “os portugueses são pacíficos e diferentes dos gregos…!”
E quais medidas?
IRS – aumento de 1%, para aqueles que ganham até mil e poucos euros por mês, para os que ganham três milhões e qualquer coisa por ano – 1,5% (medida equilibrada!), só acontece porque o poder político não tem mão no sector privado...
IVA - aumento de 1% na compra de uma jóia, que só alguns poderão ainda comprar e aumento de 1% na compra de pão, leite, etc, (medida equilibrada!).
Medidas constantes do PEC - congelamento de aumentos para funcionários públicos, penalização nas prestações sociais, e quais as medidas para o combate aos milhões dos Off-shores, dos lucros fabulosos da banca, obtidos por via dos "apertados de sempre"?
Esta parceria PS/PSD demonstra uma vez mais, o rosto dos responsáveis pelo actual estado do País, a falta de credibilidade de políticos que dizem e desdizem e uma vez mais, o comportamento dos cidadãos que insistem em não perceber que poderão existir outros projectos e que há necessidade de "punir" quem tanto mal lhes provoca.
Poderá admitir-se a necessidade de rectificar e criar medidas pontuais, para combater mercados externos, especuladores, a questão coloca-se de que forma, e a forma anunciada é de uma imoralidade, injustiça e cegueira que necessitava de ser contestada à altura.
A criação da riqueza advém do conjunto de cidadãos e certamente o resultado de más políticas e de maus mercados financeiros não tem como responsáveis os trabalhadores, os funcionários públicos ou os beneficiários de prestações sociais, porquanto, estes, ajustam-se e adaptam-se aos quadros normativos aplicados, com intuito regulador e facilmente controláveis, o que questiono quando existiu essa preocupação.
Com estas alterações politicas, com rosto (Pedro Passos Coelho/José Sócrates), torna-se evidente a necessidade de contestação em massa, pois está em causa o futuro e a imoralidade das medidas, no entanto, a mentalidade tem de mudar, as massas que, facilmente se concentram para celebrar uma vitória de um qualquer campeonato, ou que protagonizam exteriorizações de fé, legitimas, mas questionáveis, têm de repensar o futuro e a evolução, pois, o mal das sociedades modernas é a ausência de uma consciencialização necessária, mas cada vez mais difícil, por pouco investimento no ser-humano.

Paulo Jorge Santos publicado em
http://pssantos.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Opinião

Caros amigos,

ao analisarem o quadro político-social do nosso País, contextualizando na conjuntura económica internacional, constatarão momentos difíceis, do ponto de vista económico, com reflexos sociais, que poderão alastrar e agravar-se num futuro próximo.

Já ao presente, se denotam situações sociais graves, com o desemprego em níveis muito elevados, condições de precariedade no emprego, situações de ruptura na educação e justiça, dificuldades económicas nas empresas, assim como, um possível e inevitável quadro de perda de valores, que poderão, se já não estarão, implícitos nos comportamentos sociais, e daí a um passo para a prática e do crime e sua violência.

O papel desempenhado pelos Sindicatos, terá um caminho difícil, não só pelo quadro social, mas também, pela "falsa" ideia, que os responsáveis políticos de alguns partidos, astutamente pretendem passar, com o argumento de crises e dívidas públicas, inevitáveis para a avaliação da manutenção de direitos adquiridos.

Entende-se como urgente uma reflexão para este cenário, desde logo, porque o percurso desempenhado pelos Sindicatos, foi de tal forma importante e marcante, tendo contribuído para a construção de uma sociedade mais igualitária, justa e socialmente democrática, trabalho esse, que alguns pretendem secundarizar ou mesmo omitir, para manterem algo que não pretendem perder...

Sempre sob o argumento da divida, da crise e demais, que se encara como mea verdade, os trabalhadores de todos os sectores, quer público ou privado, têm acompanhado um rol de retrocessos laborais e sociais.

Em Portugal nas últimas décadas, os sucessivos governos, não prepararam o país para os grandes desafios, ao nível da educação, da justiça, da segurança, na distribuição da riqueza, no combate à pobreza, à corrupção, apostando em áreas erradas, com opções erradas e deixando o futuro demonstrar os danos e consequências. Pode agora argumentar com a crise financeira mundial, que se admite ter agravado ou aproximado, no entanto, a crise é outra e tem décadas (governos fracos e politicas erradas).

Mas este cenário tem intervenientes responsáveis, com rostos, muitos deles que, contribuíram para a penalização do país e dos portugueses, com responsabilidade directa e que agora apregoam soluções e traçam justificações para tudo, mas sempre apontando o dedo a todos os que trabalharam e não têm qualquer responsabilidade pela situação actual, ou seja, os trabalhadores e os Sindicatos, escondendo estes pseudo-moralistas, sempre a responsabilidade de um sistema económico capitalista, especulador, assente em princípios financeiros, bolsistas e perigosos, do ponto de vista social.

Não se pode admitir que num cenário de suposta crise, haja num país com mais de 10% de desempregados, com famílias cujo rendimento mensal não ultrapassa os 700/800 euros, com idosos em situações gravíssimas, existam indivíduos, quer pelo seu mérito ou compadrio, sua inteligência ou estratégia de bastidor, acumulem num ano, algo que para muitos portugueses seria um jackpot num qualquer euro milhões.

Não se pode admitir que, num país onde os combustíveis funcionam como lucro para um individuo que acumula uma fortuna imoral, pela sua forma e origem, mas não como algo necessário para todos e economicamente estratégico.

Não se admite que, um governo que dá orientações para o controlo de pagamentos de ordenados e prémios a Gestores e Administradores, as empresas e seus accionistas ignoram por completo essas recomendações, evidenciando um sistema politico que já não controla a economia, mas é controlado por ela.

Não se pode admitir que aqueles que, direccionaram o país e o mundo para o estado actual (suposta crise), continuem imunes às consequências, sendo tratados como intocáveis nas responsabilidades e ainda auxiliados, mantendo-se o mesmo sistema capitalista que lhe deu origem, com alguns reajustes folclóricos.

Os Sindicatos terão um papel dificílimo no combate a toda a situação, não pelas dificuldades reais, mas, no meu ponto de vista, na capacidade de contrariar um sistema ardilosamente bem esquematizado, altamente minado e que se aproveita da ignorância e falta de atenção de todos aqueles que sempre foram, são e serão, se assim o quiserem, os afectados…

Essa decisão está na mão de todos, através das escolhas políticas, através da participação cívica, da reivindicação e identificação em estruturas preparadas e com dimensão de combate e luta, contra os ataques praticados aos mesmos de sempre.

quinta-feira, 18 de março de 2010

É o sistema...

Reflecti nestes últimos anos de forma atenta, no acompanhamento, pesquisa, leitura, sobre a actualidade política em Portugal, pelo menos nestes últimos oito anos, não isolando a realidade geográfica/política, a outras de âmbito europeu e global, assim como, a realidades complementares (Economia, Sociologia, entre outras).
Certamente não será nestas curtas linhas que, a conclusão a que cheguei será explanada, no entanto e no meu ponto de vista e dado o agudizar da situação, aliado à apatia que reina da maioria do portugueses, decidi partilhar ...

Digo agudizar, depois de analisar um documento designado PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento), assim como, já conhecer a corrente socialista "revisionista" adulterada por Sócrates (não o filósofo), a qual, na minha opinião, hoje em dia, aplica práticas políticas que "anulam" o termo socialismo, nem chegando à social-democracia, mas sim, encostando-se ao ultra-liberalismo económico.

Debaixo de argumentos do défice, crise, despesa pública, entre outros, vai-se tentando justificar um modelo económico causador de desigualdades sociais, e mais grave, aplicando "castigos" aos de sempre, para manutenção de um status quo, favorável a uma classe financeira dominadora, por via das mais-valias bolsistas, da privatização de áreas fulcrais e estratégicas para o Estado e de interesse público, entre outras.

Discordando deste modelo económico, por princípio ideológico, encontrando-me contra a alternância política dos últimos anos em Portugal (PS-PSD/CDS), não vislumbrando qualquer homogeneidade ou direcção certa desta Europa de directório político (Alemanha/França/Inglaterra), num mundo cada vez mais banal, imediato, capitalista, causador de injustiças e desigualdades sociais, discordo inequivocamente de;

-PEC (Privatizações criminosas, alterações na aposentação, atropelo às remunerações, atentado às ajudas sociais, penalização dos desempregados, tratando todos como "bando de comodistas").
-Prémios chorudos nos gestores,
-Apoio implementado à banca, sob o falso pretexto do desmoronamento do sistema.
-Destruição da Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde (ícones "outrora" socialistas).
-Situação da justiça, educação e saúde.
- Não percepção da ligação entre factores sociais e insegurança.
-Perda de valores, marketing politico e mentira constante da classe governativa.
-Desinformação, Ignorância, Apatia, falta de consciência política, cívica e de cidadania do cidadão comum.

Face a isto, questiono;

Porque não se combate o estado actual da situação por via de;

-Forte aplicação de taxas às mais-valias bolsistas.
-Reavaliação da aplicação de taxas de IRC na banca, que apesar da crise, continua com lucros milionários, à custa dos tais penalizados, lucros esses para diluir por accionistas e para pagamento de ordenados e prémios obscenos.
-Implementação de politicas impulsionadoras de consumo na classe dinamizadora (classe média), muitos destes funcionários públicos, tantas vezes castigados nestes últimos anos.
-Combate efectivo à corrupção (com aplicação de penas e quebra total o sigilo bancário), combate aos criminosos off-shores.
-Investimento público para criação de emprego.
-Aposta no emprego de qualidade com salários dignos, valorativos do próprio trabalho.
-Aposta na produção nacional e industrial.
-Formação qualificada para trabalhadores, mas também para empresários.
-Protecção social, para combater a existência de cerca de dois milhões de pobres em Portugal.


A realidade não será certamente aquilo que transmitem muitos dos fazedores de opinião “encomendados” ou enquadrados com os interesses instalados, poder-se-á assumir dificuldades e necessidade de mudança nos comportamentos políticos, económicos e sociais, no entanto, a corrente dominante não pode transmitir a falsa ideia de que, não existem alternativas ou outros projectos, defensores de ideais fracturantes com o modelo actual, esse sim, responsável pelo estado actual da situação.


A sociedade tem de ser dinâmica e deve reflectir sobre a intencionalidade das politicas e ter ainda a capacidade para compreender que a verdadeira força encontra-se nas suas mãos.

Enquanto a consciência de cada um, não se compatibilizar com as suas reais necessidades, nunca se conseguirá derrubar o estado actual da situação, continuando o povo adormecido, alimentando os oportunistas…

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Será só desmotivação??

É corrente o argumento da falta de motivação, para justificar algum comportamento menos dinâmico ou falta de espírito de iniciativa, no entanto, este argumento, apesar de verdadeiro, servirá também para encobrir um alastrar de falta de profissionalismo e apatia que já transcende apenas a realidade profissional.

Grassa, não me atrevo a generalizar, um comportamento desligado de princípios e responsabilidade profissional, que só justifico com um declínio de qualidade e falta de rigor no recrutamento e selecção.

É imperiosa a alteração de comportamentos, sob pena de se perder credibilidade e consequentemente poder reivindicativo, que terão de andar de mãos dadas.

As penalizações e recuos no âmbito da condição sócio-profissional, sistema remuneratório e direitos, não poderão ter como consequência ou como instrumento de combate, mudanças negativas de comportamentos profissionais.

É também com alguma inocência ou má estratégia, que se usa o argumento da quebra de qualidade de serviço prestado, pela desmotivação associada à perda de direitos, como se, o serviço prestado e sua qualidade fossem influenciados só por esses factores, ideia com a qual não me identifico, desde logo porque, com coerência, também critico que o serviço policial não deverá ser quantitativo nem deve avaliado como tal, partindo de pressupostos contabilísticos.

Corre-se o risco da utilização desta verdade (desmotivação), servir para proteger, quem não merece, porque dever-se-à exigir profissionalismo no desempenho de funções e reivindicar sempre que necessário.
Não se confunda tudo e não se deixe, que os maus profissionais sejam beneficiados numa qualquer defesa cega, quando sempre foram maus profissionais…

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tudo ao contrário...

"A PSP tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, nos termos da Constituição e da lei."

Esta frase lida de uma forma simplista, desligada de conhecimento e experiência, é de um romantismo extraordinário, mas não passa de um slogan...

Como pode uma Instituição assegurar legalidade e garantir direitos aos cidadãos, se os atropela a quem pode e os deve garantir...

A PSP diariamente comete ilegalidades, que afectam os seus profissionais, quase sempre com o pretexto de necessidade imperiosa de serviço!
Fá-lo ao nível de horários, fá-lo ao nível de férias, fá-lo ao nível de garantias consagradas na Lei e sempre adulteradas e anuladas por normas e regulamentos internos, quase sempre deturpando a pirâmide jurídica.
Mais grave é que esta realidade torna-se cada vez mais, como algo natural, adquirido, imbuída num espírito quase cultural e histórico, fazendo do ponto de vista jurídico o chamado "costume".

Este panorama apenas traduz uma Instituição conservadora, que não se adaptou aos modelos de desenvolvimento, sem estratégia, afectada por uma postura política economicista, descapitalizando os seus profissionais e infringindo leis para, ao abrigo dos interesses imperiosos do serviço (chavão que até hoje desconheço o seu fundamento), ir subvertendo as regras, sempre atentando contra os direitos dos profissionais de polícia.

Ao nível de direitos profissionais, higiene e segurança no trabalho, estatuto profissional, horários de trabalho, estatuto trabalhador-estudante, marcação de férias, entre outros, impera uma irresponsabilidade dos gestores, com evidentes consequências para os profissionais.

Sabemos que a realidade do país a isso ajuda, culturalmente somos o que somos, e as Instituições, mesmo aquelas que deveriam dar o exemplo, seguem as normas sociais e culturais, no entanto, os profissionais da PSP devem tudo fazer para contrariar essas ilegalidades, contestando e reivindicando o respeito pela sua condição...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mudam-se os tempos…

Alguém dizia que com a experiência, adquire-se uma visão transversal e completa da realidade, e na verdade, também eu subscrevo essa ideia.
No entanto, há quem confunda essa experiência com o desacreditar, a apatia, o “não vale a pena” e com o fim da esperança.

Cai-se no erro de ter a ideia de que tudo o que se tem, nada custou, e assume-se “os direitos” como algo adquirido, desconhecendo ou esquecendo (os tais experientes) o quanto custou para adquirir.

Em todas as componentes ou grupos sociais, quer seja nos direitos dos trabalhadores, das mulheres, entre outros, enquanto grupos outrora discriminados ou explorados, transparece a falsa imagem que as melhorias agora existentes, foram uma realidade sempre presente ou garantidas por entidades abstractas ou oriundas de algo sobrenatural.

Os mais atentos, lúcidos ou esclarecidos sabem bem o que custou, a História assim o diz… alguém saberá ou recordará que, o mundo foi sempre um conflito de interesses, entre indivíduos, grupos, classes, por motivo da essência humana e que a realidade actual, apesar das dificuldades, retrata melhorias notórias? E quem permitiu que essas melhorias fossem possíveis?

Quando alguém acusa uma Instituição de índole sindical, da falta de combatividade ou de resultados e apesar de eu próprio subscrever essa ideia, questiono se o contexto social, profissional, ou outro, estará em sintonia com o contexto de outrora? É preciso não esquecer que, no século XXI a realidade do mundo, do País, da sociedade, das relações humanas, profissionais e sociais é uma realidade assente em factores competitivos, banais, imediatos, onde impera um sistema económico hedonista, injusto e um sistema social menos colectivo e cada vez mais individualista.

Esta realidade dificulta a mudança e o combate pela manutenção de melhorias a todos os níveis, sendo necessário perceber que, a grande inércia é na maioria das vezes criada por aqueles que na qualidade de “lesados” ou injustiçados preferem sentar-se, observando e aguardando que alguém os defenda, comportamento esse, quase sempre acompanhado da constante crítica!

Ora por culpa da crise internacional, ora por culpa da crise cultural nacional, essa cada vez mais evidente, vai-se aos poucos assistindo à perda de direitos profissionais e sociais, que a tantos custou, por lutarem, contestarem e sacrificarem.

No presente, com a falta de cultura cívica, com a falta de predisposição para intervir em contextos reivindicativos ou de mera cidadania, com a inconsciência e imaturidade profissional ou social, com o desconhecimento pela história, com a apatia e indiferença, aliado a um sistema cada vez mais liberal e um constante atentado aos direitos que tanto custaram a quem lutou, vai-se assistindo a uma perda gradual, em última análise da constante exploração do homem pelo homem.

A esperança, a consciência cívica, a defesa e intervenção por direitos adquiridos e que tanto custaram, devem ser uma constante, mas para tal, é necessário inverter politicas e comportamentos sociais.