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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Desafios

A ASPP/PSP (maior e mais representativo sindicato da PSP), após um processo eleitoral, tomou posse para mais um triénio.
Desde logo, existe já uma vitória, que foi o processo eleitoral, sério, transparente, democrático e participado.
Virão mais vitórias? Não sei... Apenas sei que, esta resposta terá de ser dada por todos aqueles que acreditam na força da ASPP/PSP e que se revêm nas suas lutas e opções, em prol dos interesses dos elementos policiais (PSP).
Nestes últimos anos, apesar do constante atropelo e desrespeito por parte do poder politico, fruto de opções erradas e com penalização para os profissionais da PSP, a ASPP/PSP tomou posições, denunciou, reivindicou, acompanhou e propôs, contudo, a cegueira, a surdez e a arrogância governamental, culminou numa redução de direitos, num aumento da criminalidade, num retrocesso de estatuto do pessoal da PSP, num enfraquecimento da imagem da PSP na sociedade civil.
A ASPP/PSP, democraticamente reeleita, permanecerá, espero eu, durante os próximos três anos, firme na luta por um novo estatuto para a PSP, na luta pela melhoria das condições de trabalho, na luta pelo respeito pela Lei Sindical, na luta pela criação de um novo Regulamento Disciplinar, pela dignificação dos serviços remunerados e sempre atenta ao comportamento hostil e agressivo do poder politico.
Este ano também existirão outras eleições, permanecerão? Não sei, apenas sei que, essa resposta terá de ser dada, por todos aqueles que se sentiram afectados nos seus direitos...

Demasiada esperança ?

Será que o mundo entrou numa nova era?
A questão é pertinente e surge da eleição do Senador Obama para a presidência dos EUA.
No inicio da campanha e com o seu auge, passando pela luta partidária, onde Obama competia com Hillary Clinton até ao confronto com o republicano McCain, foi possível constatar a dinâmica de Obama, com realce para o seu poder de imagem, retórica, capacidade de envolvimento de massas até ao apoio económico, normalmente mais vistoso nos republicanos.
Outra perspectiva passa pelo facto da sua visão do mundo, suas raizes e sensibilidade.`
Até à sua vitória, principalmente pela sua cor de pele, criou em todo o mundo, uma expectativa e esperança de que todos os problemas se iriam resolver, expectativas essas legitimas tendo em referência os oito anos de uma era Bush, marcadamente conflituosa e unilateralista.
Contudo, após a formação da sua equipa, com a tentativa de agradar às várias tendências politicas dos EUA, demonstrou afinal que os destinos da maior potência mundial não dependem da cor, bondade e sensibilidade de um homem só. Acredito que, Obama pretenda solucionar as más politicas tomadas, quer no âmbito interno, quer no âmbito externo, no entanto, vislumbro maiores resultados no âmbito interno, desde logo, porque, o mundo durante estes últimos oito anos sofreu alterações profundas no jogo geopolitico e interesses estratégicos, para além do crescendo ódio "aos americanos".
Não quero dizer com isto, que os desafios internos sejam relativamente fáceis de resolver, certamente que não serão, a crise financeira, que facilmente passará a social, o desemprego, as desigualdades, a especulação bolsista e as dificuldades das empresas que "ameaçam" fechar, são certamente problemas de difícil solução.
Quero apenas realçar que, dado o papel que os EUA desempenham no mundo, estatuto esse adquirido ou permitido, as barreiras a ultrapassar na vertente externa, do meu ponto de vista serão muito mais complicadas e muito mais avaliadas.
Neste pressuposto e fazendo ligação à constituição da sua equipa governamental, bem como às expectativas criadas antes do conhecimento desses rostos, pressumo que muita gente tenha recuado na sua esperança.
Nomes como Clinton, Biden entre outros representam tudo menos renovação, muito mais em cargos de destaque numa qualquer administração, para não referir as ligações e opções politicas.
O que pretendo vincar é que a imagem transmitida em todo o processo eleitoral pelo Senador Obama, é um pouco contrariada pela imagem retratada pela constituição da sua equipa, tanto na vertente de renovação, como na vertente de visão e bondade.
A posição a tomar em cenários como o Iraque, Afeganistão, relacionamento com Irão, Cuba, Venezuela, competição com Rússia, China, contributo para o conflito israelo-palestiniano, solução para Guantánamo, são incógnitas que ajudam a decifrar algumas incompatibilidades entre a vontade, bondade e visão de Obama e as opções conhecidas de Clinton, entre outros.
Não creio que a formação da equipa de Obama, tenha tido como factores inocência ou falta de conhecimento, certamente não terá, contudo, presumo uma dificuldade, no que concerne à concertação de esforços para uma posição única a tomar.

Apesar destas considerações, aguardo que este homem, que conseguiu colocar milhões a manifestarem-se, milhões a acreditar, seja a solução, pelo menos, para uma visão multilateralista do mundo, nova abordagem na questão do ambiente, com respeito pelos tratados, instituições e organismos internacionais, com base no diálogo e respeito pelas outras culturas, começando já pelo encerramento da prisão "Ocidental" de Guantánamo, que mais não é, que uma falta de moral e legitimidade para qualquer critica que se faça aos "não ocidentais".

yes, we can

domingo, 4 de janeiro de 2009

Será ignorância ou má fé ?

Todos sabemos o "peso" dos orgãos de comunicação social e o impacto que as notícias de jornais têm no público.

Contudo, convém avaliar aquilo que se lê, fazer uma leitura nas entrelinhas, apurar a intencionalidade e ambiente em que surgem determinadas noticias.

Refiro-me em concreto a uma noticia do Jornal Correio da Manhã, onde se fazia referência às supostas alterações no Estatuto da PSP, documento esse de enorme relevância para a vida dos elementos dessa corporação.

Nessa mesma notícia são divulgados dados que, dada a especificidade, suscitou os mais diversos comentários contra os Sindicatos.

Ora, em meu entender, a responsabilidade das notícias, quando não são oficiais por parte das instituições que as divulgam, terão de ser avaliadas, ponderadas e questionadas, não proceder da forma mais injusta e fácil, que é criticar aqueles que defendem os tais "criticos"...

Determinado comentador destas noticias, dizia e cito "acabem com os sindicatos", ora, eu questiono, isto será ignorância ou má fé?

Presumo que seja ignorância, pois só uma pessoa distraída, que não acompanha a actividade sindical, as propostas, os programas e demais actividades, pode fazer uma afirmação descabida.

Questiono, saberá este "critico" o que custou o direito e liberdade sindical, conhecerá o papel desempenhado e a desempenhar pelos sindicatos, no ambiente onde se encontra inserido, bem como na sociedade em geral?

Começa a ser um pouco cansativo, para não falar em ingratidão, suportar criticas injustas e quase sempre descabidas ou meramente destruivas, reconhecendo contudo, o desacreditar constante que impera na sociedade em geral e em particular na PSP, fruto de expectativas frustradas, dificuldades operacionais e de carácter socio-profissional. No entanto, todas estas condições e estado da situação têm responsáveis, responsáveis esses que, serão aqueles que alteraram por via legislativa direitos e regalias, outrora defendidos e conseguidos por alguns, que diminuiram a imagem e estatuto dos profissionais da PSP, que possuem uma visão "economicista" na gestão de uma instituição que trata da segurança, que atropela direitos consagrados na Lei, na vertente de negociação sindical.
Presumo que seja uma característica cultural deste cantinho europeu, a mera critica superficial e com desconhecimento factual e de causa, também encarcerada nos elementos da PSP que, injustamente criticam quem tanto combateu pelo direito á critica !!!