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domingo, 20 de setembro de 2009

A demagogia e o populismo impera...

Desde pequeno tinha a ideia de alguma inteligência, desconfiança positiva, astúcia por parte dos polícias... no entanto e após alguns anos a conhecer a realidade, vejo-me obrigado a reduzir essa ideia inocente e passada para uma falsa ideia.

Os nossos policias afinal deixam-se levar e mais que uma vez...

Às portas de mais um escrutinio eleitoral e depois de vários anos de desinvestimento e atentados ao estatuto sócio-profissional dos policias, continuamos a cair na casca da banana, isto porque, ao pensar castigar o mais de sempre, por via de partidos politicos que utilizam discursos populistas e demagógicos e também responsável pela actual situação é, na minha perspectiva, um erro.

Falo num partido que apesar de apregoar a autoridade do Estado e a "força" das policias e falando nos indices de criminalidade, sempre contribuiu para o actual estado social, causador, na minha opinião, de parte da criminalidade, como sendo o pequeno delito, por desenquadramento social, familiar, entre outros, pequeno, mas com portas de entrada para o crime mais sofisticado e violento.

Falo de um partido que já teve responsabilidade governamental, falo de um partido que utiliza habilidosamente e com muita astúcia, o discurso bombástico e populista de oposição ao rendimento de reinserção social, aos imigrantes, mas simultaneamente, defensor de um sistema económico liberal que contribui para o agravar das condições de vida das populações e do aumento das desigualdades sociais. Falo também de alguém que tanto culpa as alterações das leis penais pelo aumento da criminalidade, mas votou favoravelmente essas mesmas politicas.

Falo também de um partido que, quando no poder esteve, secundarizou essas preocupações, não admitindo policias, nada fazendo para o atenuar da criminalidade, não tendo fiscalizado a atribuição do rendimento minimo, entre outros.

No entanto, não posso deixar de atribuir alguma justiça à capacidade do lider desse partido, pela sua magnifica capacidade de retórica e ginástica argumentativa, culminada num comportamento de sedução para a sociedade, incluindo os policias, conhecendo, como é evidente, o que sentem e o que querem ouvir... e os policias ouvem e acreditam.

Os policias que acordem e avaliem o quadro partidário, não reduzindo a sua qualidade de eleitor só à sua condição profissional, olhando um pouco para a história das sociedades, do seu próprio país e para a sua situação profissional, não reduzindo o voto ao simples castigo, mas na compreensão de outras vias, outros projectos, outros caminhos...

Será preciso mais autoridade ou mais estatuto?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vota "Ribeira Segura"

Noticias recentes sobre o lançamento do sistema de videovigilância na Ribeira do Porto, demonstraram a "mescla" criada por componentes que passam por marketing politico, protagonismos pessoais, politica de bastidores e campanhas partidárias.

O que mais me entristece não é a existência desta realidade, pois essa já estamos habituados, mas sim, e uma vez mais, a criação de uma imagem que em nada corresponde à realidade.

Não há qualquer contestação quanto ao facto, ou seja, à implementação de sistemas de videovigilância na via pública, como instrumento eficaz no combate à criminalidade, à semelhança do que se passa em países desenvolvidos da Europa, especialmente em Inglaterra, a critica vai no sentido de se anunciar e publicitar uma acção, cuja base de sustentação é frágil e desprovida de outros instrumentos necessários e complementares do sistema em questão, falo de pessoal policial na Central-Rádio da PSP Porto, falo dos meios informáticos e a complementaridade nas unidades a serem accionadas após a vizualização video.

O tempo dirá se esta acção de marketing, não serviu mais para o protagonismo do Sr. Ministro, para a campanha do Sr. Presidente da Câmara Municipal ou para o lançamento politico de um investidor..., em desfavor da segurança pública e dos seus profissionais, fruto da falta de bases estruturais e complementares desse mesmo sistema.

Reconheço a antiguidade da medida e também a sua importância operacional, contudo, sinto-a como um meio isolado e pouco concertado com necessidades operacionais básicas e ainda débeis.