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terça-feira, 26 de julho de 2011

Começa a cansar...

Todos sabemos que a politica movimenta-se em terrenos pouco transparentes, com (in)verdades permanentes, falsas promessas e populismos demagógicos.
Salvaguardo aqueles que encaram a politica com coerência, principios e valores e desligados de interesses económicos, os quais, verdade seja dita, serão muito poucos...
Nestes últimos anos, a promiscuidade entre poder politico e económico foi, e é bastante evidente, foram muitos casos, muitas caras, muitos lugares, muitos cargos, muita mistura...
Os sucessivos governos demonstraram sempre uma preocupação na solução dos problemas, no futuro e no emprego, mas apenas dos seus "filiados e amigos".
Quem não se recorda das dezenas ou centenas de casos de "mistura" entre o meio politico e o meio empresarial? Nomes como Dias Loureiro, Jorge Coelho, Fernando Gomes, António Mexia, Henrique Granadeiro, entre outros, são exemplos de gestores-politicos, ou politicos-gestores.
Estes são alguns dos casos mais conhecidos, no entanto, muitos outros de média escala existirão, entre deputados, entre poder local, etc...
O actual governo, durante a campanha, anunciou que não cederia a interesses, nem a "jobs for the boys", transparecendo uma imagem de credibilidade e seriedade.
A juventude de Passos Coelho, assim como, a imagem transmitida aliada à retórica ajudaram, no entanto, fui um dos que, sempre mantiveram alguma reserva, tendo em conta os interesses e os "lobbies" daquele espaço partidário...
Muitos dos meus concidadãos, apostaram neste governo, como sendo um governo de mudança, de futuro e de sucesso, mas permitam-me apenas fornecer um, de alguns exemplos (este governo tem cerca de um mês)...
Passos disse na campanha que não misturaria partido, com lugares de destaque, acaba de nomear António Nogueira Leite (Dirigente do PSD) para Vice da Caixa Geral de Depósitos... depois de alargar a direcção deste banco de sete para dez elementos.
Lembrei-me agora que, Passos disse também que ... não aumentaria impostos, não faria orçamentos rectificativos, disse que os sacrificios eram para todos...
Já cansa...

sábado, 2 de julho de 2011

Férias...mas ...

Encontro-me de férias... juntei uns trocos e vim ao sul do país, fazer um pouco de praia e de piscina...

Não, não sou burguês, a casa é de familia e assim fica mais barato...

Também não sou abusador, não sou daqueles que vivo acima das minhas possibilidades, não sou daqueles que gastam mais do que aquilo que tem, não sou daqueles que os comentadores do sistema, gostam de apontar como os responsáveis pela crise, sou daqueles que todo o ano trabalha e vive do seu rendimento, que paga os seus impostos e que não especula ou vive de dividendos ou de mercados capitalistas... esses sim responsáveis pela célebre crise.

Mas, apesar de estar de férias, não me esqueço da realidade do país e nesse sentido, acompanho os anúncios de cortes, como se de alguma novidade se tratasse e acompanho o programa de governo e os comentários de alguns.

Daqui saliento o seguinte; alguns ficaram muito escandalizados com o anúncio recente do corte no subsídio de natal de 2011, mas ficaram porquê? não leram o programa "troika"? não leram o acordo PSD/CDS? não conhecem a ideologia que sustenta os partidos governamentais? ou votaram pelo intuito ou simpatia pela cor da gravata?

Eu vou ser afectado, como muitos dos meus concidadãos, mas para mim não foi novidade, como não será novidade muitos outros "pontapés" que irei levar no futuro bem próximo.

Também estou atento ao ênfase dado por alguns anúncios do governo, que servirão de exemplo moral, refiro-me às medidas de poupança dos responsáveis do governo nas viagens, na frota automóvel, nos assessores, etc, e sobre isso entendo que, são anúncios que em termos genéricos, ninguém se opõe, mas, sinto que mais não se trata de "areia para os olhos", mais não será que entretenimento para aplicar as verdadeiras medidas, aos de sempre.

Sinceramente, acho que este governo, demonstra falta de coragem, pois continua-se com "medo" de aplicar medidas severas também à banca, aos accionistas e aos especuladores e demonstra também subserviência ao poder franco-alemão, porque não colocar em cima da mesa outras alternativas para pagamento da divida, mas que salvaguardem o aparelho económico português, o aparelho produtivo nacional, no fundo que respeitem a especificidade da economia portuguesa.

Mas continuo a sentir que, muitos dos meus concidadãos, pessoas que como eu, vivem dos seus rendimentos de trabalho, de pensões após uma vida de trabalho, ainda não cairam em si, ainda não reflectiram o suficiente para concluir que esta história (divida) está mal contada, que há alternativas, que o país não sustentará juros altos e mais juros, sem produzir, sem consumir (com cortes as pessoas não consomem), e sem incidir "castigos" aos culpados pela crise, obrigando-os a terminar com economia virtual, com especulação.

A esses cidadãos coloco uma questão, não será melhor dar inicio a uma reflexão (já tardia) sobre a origem da crise, sobre as alternativas para o seu pagamento e necessidade de mobilização para a contestação?

Poderão ao invés continuar a acreditar nos de sempre (aqueles que há cerca de trinta anos nos conduzem ao abismo), poderão ainda continuar a aplaudir uma falsa coragem, poderão vangloriar medidas de moral (acessórias) e poderão dar mais uma oportunidade a estes senhores... mas daqui a nada, vão querer, mas será tarde...

Boas férias... se possível !!