Páginas

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sociedade doente

A sociedade encontra-se doente...

O diagnóstico é grave e mais grave é que não se vislumbra tratamento à altura.
O povo é fraco, é fraco porque não sabe, é fraco por não vê, é fraco porque não atinge, é fraco porque não quer saber, é fraco porque critica quando e quem não deve e apoia quem não merece.

Sociedade que enaltece engravatados cuja ficha criminal é duvidosa, sociedade que avalia capacidade intelectual pelo que se tem vestido, sociedade porque vive do imediato, do banal, do acessório, que acredita em tudo, que não pára para pensar, sociedade que não entende quem os defende, que se identifica com retórica, mas apenas retórica, enfim, pobre sociedade...

Sociedade que, cumpre calendário, porque tem de cumprir, que vai, porque tem de ir, faz, porque tem de fazer, não questiona, não estuda, não reflecte, não pensa.

Só a imagem conta, só o banal, só a mesquinhez, só o diz que disse...

Não se discute matérias interessantes, não se faz critica construtiva e fundamentada, não se constrói alternativas, apenas vive-se…

E porquê? Porque é assim?

Porque alguém fez com que o ser humano, o ser social, fosse apenas um elemento de trabalho, um elemento fechado em si mesmo e na sua vida, reduzindo a componente intelectual e cultural a quase nada. Reduzindo a parte social a zero.

O que distrai as famílias? Futebol, novelas, programas com seres humanos fechados numa casa onde fazem nada... programas onde se canta, onde nada se faz... e as ideias? e a conversa e a cultura, e as artes e a aprendizagem, e o entretenimento saudável, e a informação de temas importantes e o debate de ideias? Mas ideias profundas, ideológicas e não politica caseira e casos e mais casos, fruto do oportunismo jornalístico e politiqueiro.

Depois chega-se a qualquer serviço público e não se sabe ler, nem escrever, não se percebe nada, e que se faz, fala-se alto e critica-se os governantes, os funcionários públicos, a Sr.ª da limpeza, enfim, porque é o escape da ignorância.

Depois vai-se ao futebol e que se faz...insulta-se o árbitro, mesmo antes do jogo começar, como um acto de libertação humana.

Depois chega-se a casa e que se faz...?

De louvar aqueles que dedicam parte do seu tempo com preocupações sociais, com preocupação pelo interesse colectivo e que defendem os tais "corpos presentes" da sociedade, para esses um bem-haja e continuem...

1 comentário:

  1. muito bem escrito, resta insistir, persistir e nunca desistir de fazer o que tem de se fazer pelo outro igual a nós, bem haja a quem ainda acredita que é possível! a falha humana é esquecer que o outro é igual a si, com todas as diferenças e semelhanças, na maior parte do tempo esquecemo-nos que a água que corre sob o nosso chão, é a mesma água que nos tira a sede a todos e todos dependemos dela ou seja estamos todos dependentes uns dos outros, precisamos todos uns dos outros.
    Um abraço
    maria pereira

    ResponderEliminar