Tenho assistido com alguma atenção à formação do governo, e constato o ênfase dado às caras dos ministros, sua competência técnica e independência.
Bastante ênfase também dado à redução de ministros e em medidas simbólicas de outras reduções.
Ênfase que ninguém dá, à ideologia e opções politicas que sustenta este governo e os senhores ministros, ideologia essa que irá marcar a vida dos portugueses no futuro bem próximo.
Ênfase ninguém dá às medidas que se encontram previstas, tanto no plano "troika", como no acordo governamental "PSD/CDS".
Permitam-me só alertar que, os governos são sempre politicos, não técnicos, pois tomam opções politicas...
Portugal é também conhecido pelo trabalho desenvolvido pelos seus excelentes quadros técnicos, mas, nos seus sectores, porque quando chamados a desenvolver trabalho politico, a história diz tudo...
Isto não vai lá com simpatia, com dez ou quinze ministros, com os tecnicistas, isto vai lá com opções politicas que vão encontro da produção, das pessoas, da realidade histórica, sociológica e cultural do país, isto vai lá com uma posição clara e objectiva do que se pretende para o país, para a Europa e para o mundo, a predominância do factor politico sobre o factor económico, o respeito pela pessoa, enquanto ser humano e não como instrumento de uma qualquer máquina.
Isto vai lá com uma visão alargada de uma sociedade justa, solidária, com igualdade de oportunidades, com uma justiça para todos e uniforme na sua aplicação, e obviamente com criação de riqueza, com rigor nas contas, com poupança e com trabalho, mas, para todos e não para alguns...
Isto vai lá com um combate efectivo aos interesses económicos instalados na Europa que pretendem apenas construir uma Europa financeira e especulativa de alguns,impondo aos demais países o seu modelo e interesse, contrariando todos os preceitos sociais, universais e culturais que lhe deram origem!
Há muita esperança neste governo, há sede de mudança, mas...
Espero estar enganado...
Aqui vai;
Para além do congelamento nas progressões (que dura há muito),
há um défice e/ou corte das deduções de IRS (saúde, educação, amortizações nos juros de habitação),
há aumentos elevados na energia (transportes, combustíveis, luz, gás, pelo aumento do IVA),
há aumento na saúde,
nos bens alimentares (pelo aumento do IVA),
e o anunciado fim do SAD/PSP.
Mas estas medidas são as conhecidas... e vão sendo aplicadas de forma gradual (de leve) e algumas de forma indirecta (com habilidade).
Abaixo identifico as célebres medidas;
Já não é novidade, mas nem por isso deixa de ser uma dura verdade. Os novos ministros do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, independentemente da sua vontade, vão ter um programa de actuação pré definido. O memorando de entendimento entre a ‘troika' e Portugal assim o obriga. Mas este será um programa particularmente duro para as famílias, que terão de fazer uma ginástica maior com os seus orçamentos. Aumentos de impostos, cortes nas pensões, subida das taxas moderadoras e dos custos da habitação são algumas das medidas mais penalizadoras. Saiba quais as principais medidas que o Governo terá de implementar.
1 - MENOS DEDUÇÕES NO IRS
Os contribuintes vão passar a fazer menos deduções no IRS já a partir de 2012. Vão ser introduzidos tectos máximos às deduções que as famílias podem fazer com as despesas de saúde, educação, entre outros. A proposta não é nova e já tinha sido apresentada pelo PS no PEC I, tendo sido chumbada pelo PSD. Com o memorando vai mesmo para a frente. Os limites máximos vão variar consoante os rendimentos dos contribuintes. Por outro lado, será introduzido um limite às deduções da saúde. Actualmente, os contribuintes podem deduzir 30% das despesas que fazem com a saúde, não havendo um montante máximo. O novo tecto será então introduzido no próximo Orçamento do Estado.
2 - APOIOS SOCIAIS PREJUDICADOS NO IRS
As famílias em que um dos cônjuges recebe apoios sociais do Estado como o subsídio de desemprego, abono de família ou subsídio de maternidade será prejudicado no IRS. É que estes rendimentos vão passar a contar para o cálculo da taxa de IRS que será aplicada. Ao serem somados, o rendimento anual da família será mais elevado podendo levar a uma subida de escalão de IRS.
3 - MAIS ENCARGOS COM A CASA
Os proprietários e inquilinos vão pagar mais pelas suas casas: as deduções de amortizações do empréstimo à habitação e das rendas da casa serão eliminadas. Já a dedução dos juros pagos no âmbito dos créditos contraídos vai ser progressivamente cortada. Além disso, a isenção de IMI a que muitos proprietários têm direito será encurtada e retirada progressivamente. Outro dos aumentos advém da avaliação das casas, que deverá agravar o montante pago pelos proprietários.
4 - IVA SOBE NA ELECTRICIDADE E GÁS
Serviços essenciais como a electricidade e o gás também vão subir de preço, com os impostos a serem novamente os responsáveis pelo agravamento das facturas. Assim, a electricidade e o gás deixarão de ter direito à taxa reduzida do IVA, de 6%, passando para 13% ou 23%. Falta ainda definir o aumento concreto da subida.
5 - SUBSÍDIO DE DESEMPREGO MENOS GENEROSO
A duração máxima do subsídio de desemprego vai ser reduzida para não mais do que 18 meses. O montante a receber também vai ser reduzido: não ultrapassará os 1.048 euros mensais. Além disso será introduzido um perfil decrescente de prestações após seis meses de desemprego, com uma redução de pelo menos 10% do montante de prestações. Aos cortes no subsídio, junta-se a maior facilidade de despedir por inadaptação e por extinção de posto de trabalho.
6 - PENSÕES ALTAS TÊM CORTES
Os salários na Função Pública e as pensões (do sector público e privado) serão congelados até 2013, com excepção das pensões mais baixas. Além disso, sobre as reformas a partir de 1.500 euros incidirá uma contribuição especial. Os pensionistas também pagarão mais impostos: é que o regime de IRS - até aqui mais favorável para os reformados - vai convergir com o dos trabalhadores por conta de outrem.
7 - SALÁRIOS CONTIDOS
No sector privado, é de esperar aumentos de acordo com a produtividade e cortes no valor das horas extraordinárias (que não deverão superar 50% do montante da hora normal, ainda que a contratação colectiva possa fazer variar o valor). Os bancos de horas também poderão ser negociados directamente.
8 - UTENTES PAGAM MAIS PELOS CUIDADOS DE SAÚDE
Os utentes terão de pagar mais pelo acesso ao Serviço Nacional de Saúde. De um lado, as taxas moderadoras vão subir, do outro haverá menos utentes isentos. Isto porque os critérios de isenção vão ser revistos. As urgências e consultas externas serão as mais penalizadas. Esta medida tem impacto já em Setembro deste ano.
9 - CORTE NAS INDEMNIZAÇÕES
Os novos trabalhadores que venham a ser despedidos vão passar a ter direito a indemnização de 20 dias por cada ano de trabalho, 10 dos quais pagos por um fundo empresarial a criar. As regras acabarão por se estender aos actuais trabalhadores em 2012, mas sem perda de direitos. E depois, haverá nova revisão dos montantes, em linha com a média europeia.
10 - TRANSPORTES PÚBLICOS MAIS CAROS
Os preços dos transportes vão subir. As empresas terão de apresentar uma proposta para rever as tarifas.
11 - ADSE LIMITADA
Os benefícios dos subsistemas de saúde públicos como a ADSE, dos polícias e dos militares vão ser cortados. Na prática, estes utentes vão passar a pagar mais pelos serviços médicos.
Quantas medidas viram para o sector bancário e para o sector especulativo, responsável pela anunciada crise??
Sem comentários:
Enviar um comentário