Páginas

sábado, 15 de janeiro de 2011

Incorência e populismo quanto baste...

Começo por escrever que, o direito à opinião pessoal não deve ser omisso ou inibido, pelo facto de se estar a desenvolver uma qualquer actividade de interesse colectivo.

O que me leva a escrever estas palavras, é o facto de alguém com uma imagem já solidificada na sociedade, ter intervenções ou comentários que talvez demonstrem o que efectivamente é, apesar da imagem instituída ser totalmente diferente.

Um dos candidatos a Presidente da República (e Presidente), em plena campanha, quando confrontado pelo "povo", no contexto do que se ia dizendo, transmite a uma das senhoras do "povo" o seguinte "sabe, a minha mulher tem apenas uma reforma de oitocentos euros, apesar de ter sido durante vários anos professora e como tal depende de mim...".

Este tipo de comentário, apraz-me a seguinte avaliação;

Se a senhora em causa recebe oitocentos euros de reforma, não queira o candidato fazer o "povo" de parvo, porque para receber esse valor e face à categoria profissional que exerceu durante anos, esses oitocentos de reforma foram uma opção tomada pela própria.

Visto de outro prisma, a forma paternal como dizia que a sua esposa dependia dele, aos olhos dos movimentos feministas e da igualdade da mulher, são susceptíveis de critica, mas isso compete a esses movimentos manifestarem-se. Talvez aqui esteja a ser levantado o verdadeiro ser do candidato, com princípios conservadores, retrógradas e machistas...apesar de ter promulgado o casamento homossexual, por mera estratégia política.

Mas o mais grave do comentário proferido pelo candidato, é o facto de se lamentar dos oitocentos euros da sua mulher, quando esse mesmo candidato, como perito em finanças e durante vários anos governante de relevo, sabe bem que o salário médio em Portugal ronda os setecentos euros e que há mais de um milhão de pessoas do "povo" com pensões/reformas de quatrocentos euros...

Dá ainda que pensar, o facto de esse candidato ter durante anos acumulado pensões com ordenados, como governante, professor, presidente, etc...ter ganho dinheiro (legal) com BPN`S, ter vivenda de férias paredes-meias com Dias Loureiro, Oliveira e Costa por mera coincidência...

Esse tal candidato que se diz do "povo", sabe bem que sente melhor noutros contextos mais reservados...mas o frete tem de ser feito quando se está em campanha…

O candidato, diz agora estar ao lado dos pobres, dos funcionários públicos, dos pescadores, etc, mas por favor, alguém lhe transmita que esse candidato aprovou um orçamento que apenas puniu o "povo" e ele próprio enquanto desempenhava outras funções neste país, iniciou o atentado... é só ir à história dos factos...

Mas verdade seja dita, esse candidato construiu na sociedade uma imagem de seriedade e credibilidade, que dificilmente será beliscada, mas não por ser uma imagem verdadeira ou falsa, mas apenas por causa do tal... "povo"

É claro que o “povo” agora reage e diz, mas eles são todos iguais… mas serâo?

Sem comentários:

Enviar um comentário